domingo, fevereiro 27, 2011
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
SIMPLES CANÇÕES ECOADAS DE TOKIO HOTEL
Algumas canções me fazem chorar. Outras fazem-me lembrar do Forte que eu construía para a coleção de soldadinhos de plásticos vietnamitas, vindo diretamente da zona franca de Manaus. E algumas lembram-me minha mãe com um olhar perdido na janela segurando um copo de qualquer coisa na mão, enquanto uma lágrima que escorria pelo teu rosto, molhava a poltrona seminova que ela acabara de ganhar de presente de casamento do seu novo marido importado do Japão.
Canções de ninar, jingles-bells, coelhinho da páscoa, boitatá, mula sem cabeça, canções folclóricas, canções regionais, rock n´roll, não importa.
Ainda não resolvi o que vou ser quando crescer. Já fui tudo e já desisti de muitas coisas. Agora penso em desistir de tudo o que já fui e do que ainda serei.
Às vezes fico assim mesmo. Nostálgico.
Hoje fuçando as gavetas empoeiradas do meu quarto, encontrei lembranças de histórias vividas. Miniaturas, bilhetes, sabonetes, retratos branco e preto, baratas, chaves, armas, flautas, bolinhas de gude, figurinhas, cartas de amor, cartas de despejo, papéis... papéis... papéis e papéis.
Quando assisto alguns dos filmes de Marlon Brando da imensa coleção que tenho guardado a 7 chaves num armário de aço aqui no meu quarto, tenho certeza de que serei ator, mas basta ouvir Bob Bylan ou Tom Waits pra minha certeza dizer-me que serei cantor. E a cada livro do velho safado que devolvo a prateleira, não me restam dúvidas de que serei um escritor, mesmo sabendo que me falta talento para todas essas atividades. Na verdade seria... Perai. Vou pensar mais um pouco. Até amanhã. Ou depende de quando você ler isso.
Tenho dormido mais do que o costume. Bebido mais do que deveria e comido um tanto quanto...
Tenho chutado latas de refrigerantes no vão da calçada sempre quando volto pra casa sozinho pensando em que será que estão pensando os habitantes inóspitos dos apartamentos que estão com as luzes acesa ainda a esta hora da noite. To sempre atento aos parapeitos, em busca de algum solitário voador. Tenho sempre essa maldita esperança. Tenho sempre essa maldita palavra travada entre os dentes, pronta pra ser cuspida e levada junto com a água que se forma no meio do asfalto quente logo após uma forte chuva de janeiro, fevereiro, março, ab...
E ai só ficam as canções. Todas elas. Uma melodia.
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.
eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.
eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.
você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.
oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.
mas eles
estão lá ...
e eu estou aqui."
C. Bukowski
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
ANDERSON SILVA vs. VITOR BELFORT
To rolando de um lado pro outro na cama há horas. O sol lá fora ta de trincar. É um desses domingos bonitos e os parques devem estar lotados. Uma porrada de gente. Mães com carrinhos de bebês e os pais babões empurrando-os e torrando debaixo do sol feito uns idiotas, certamente , xingando em baixo tom, enquanto deviam entoar canções de ninar.
Devem ter umas gostosas com saias curtas patinando. Uns babacas andando sem camisa e exibindo o abdômen sarado para as gostosas de saias curtas e patins e assim por diante.
Adoraria estar pela rua, mas falta-me coragem pra enfrentar este calor. A porra do meu quarto está quente pra cacete, mas me parece mais suportável do que lá fora. Resolvi abrir um pouco a janela e deu até uma amenizada, entrou um cheiro de peido. Que merda. Quando olho lá embaixo vejo fumaça subindo do asfalto. Parece que tudo vai derreter. É o cheiro de esgoto que vem junto, certeza.
Eu fico rolando pra lá e pra cá. Sem nada pra fazer. Olho pro computador e penso em escrever. Cismei que posso ser escritor e às vezes invento de escrever alguns contos, mas por enquanto só arrisco isto. Gosto deles pra ser mais sincero. São mais divertidos. Quer dizer. Escrever nem é tão divertido assim. Divertido é vê-lo pronto depois. Até arrisco uns romances, mas quando os leio, desisto de tudo. Tenho projetos de livros engavetados.
A preguiça é danada. Aqui já to falando de outra coisa. Quando começo a esboçar algumas linhas, fico animado até, mas momentos depois, já desisto. Sinto que terei que pensar muito se continuar dali pra diante. As palavras não fluem com freqüência e também não gosto de pensar muito.
Não sei se tem a ver com a idade ou com o momento, mas escrever tem me parecido mais difícil, enquanto deveria ser o contrário. Por quê? Depois dos 30 tem-se o acúmulo de alguma experiência de vida. De 30 anos apenas, mas já é alguma coisa. Ou não? Já fiz muita merda... literalmente. Quantos caminhões de bosta seria possível encher se juntasse tudo o que despejei neste período todo? Nunca tinha parado pra pensar nisto.
Enfim, quando bate a preguiça de escrever, volto pra cama, daí abro um livro, ligo o som, ou jogo vídeo game, mando uma pro gato, penso em bundas e tetas imensas e por ai vai. De repente me pego acordando e tento começar tudo de novo, mas antes é claro sempre perco pelo menos uma meia hora procurando assunto banal na internet.
Fora que hoje to um pouco estragado. Dias seguidos bebendo e jogado por ai na rua. Hoje não agüento mais. Pensei até em dar um pulo em algum bar no fim de tarde, mas preferi me poupar. Preferi ficar em casa pra escrever e estudar, mas não faço porra nenhuma do que me proponho.
Bukowski passou a vida bêbado e nunca acordava antes do meio dia. Trampou em vários lugares e vivia enfurnado em jockeys apostando nos cavalinhos, além de gastar um tempo pra se recuperar de uma ressaca ou outra, se é que tinha. Ou seja, não parece-me que lhe sobrava muito tempo na vida, mas mesmo assim publicou uma porrada de livros. O cara ficava jogado, sem fazer porra nenhuma e ainda conseguia escrever. A verdade é que o cara já nasceu meio gênio. Quando sentava pra escrever as palavras fluíam feito patins no gelo, enquanto pra mim elas vão como carro na lama.
Depois dos 30 confesso que as preocupações aumentam, pelo menos no meu caso que ainda não tenho onde cair morto e nem sei onde vai dar isso tudo. Mas que porra é essa de isso tudo? Imagina, estou sendo irônico. Moro num dos melhores bairros da cidade de São Paulo de frente pra uma das avenidas mais importantes da cidade e ainda reclamo. Isso não quer dizer nada. (Como sou idiota.) Pelo menos as enchentes ainda não chegaram aqui. Ta bom assim. (Enganei os bobos, na casa do ovo, o tempo todo.) “Caralho, to fodendo com tudo.”
Da minha janela vejo apenas prédios e prédios e prédios. Todos com helipontos. Sempre tem a porra de um helicóptero incomodando na hora em que menos deveria, como também sempre tem um filho da égua ligando no momento em que menos poderia, ou alguém abrindo a porta do banheiro na hora errada.
O novo metrô passa por baixo do meu prédio, ou debaixo? Foda-se. Em 2012 parece que teremos uma porrada de terremotos. Eu vejo que o asfalto aqui em frente vem afundando cada dia mais. Sempre que passa um carro em alta velocidade aqui na frente eu sinto o chão tremer. Que merda. Quero estar bem longe do meu quarto ano que vem. Preocupo-me com tudo isso, no fundo, no fundo não sei se é verdade, mas de alguma forma sei que não é. E que mal tem se o mundo acabar? Só não quero encerrar minha história por aqui sem antes ler todos os livros que tenho na minha estante. Pensar que gastei dinheiro à toa, não dá. Comprei uma porrada de livros e não os li. Foda né?
Estamos na era do facebook. Enquanto escrevo ele fica aberto. Agora por exemplo vi que alguém me adicionou. Parei de escrever pra aceitar e perdi o raciocínio. Vou aproveitar pra ir dar uma cagada então. To apertado faz tempo e o banheiro está bem na minha frente. To falando que tem hora que sou nó cego? Geralmente quando volto sinto-me mais produtivo. Já volto.
Pronto. Caguei. Daqui a pouco preciso sair. Como eu ia dizendo. Depois dos 30 algumas preocupações aumentam. A gente se questiona pra cacete, mas algumas das questões de 5, 10 anos atrás já não existem mais. A gente se liga que é tudo baboseira. Quando somos mais jovens queremos arrumar resposta pra tudo e depois percebemos que isto é uma grande baboseira. Quase nada tem resposta, a não ser as respostas que nós criamos, mas que certamente não são a verdade. E nem a verdade é verdade. E muito menos essas baboseiras que estou escrevendo. Quer dizer, são a verdade praquele momento.
Anderson Silva derrotou Vitor Belfort com um chute frontal no queixo, ainda no primeiro round na virada do sábado pra domingo. Foi chato, porque essa era a luta mais esperada do ano e acabou muito rápido. Eu tava com uns amigos bebendo saquê. Isto foi divertido. Foi aniversário da TT.
Gosto do Vitor, mas Anderson é realmente imbatível. Não tem ninguém pra derrotá-lo. E eu continuo com preocupações e quer saber? Foda-se. Hoje é domingo. Que porra é essa de querer escrever? Prefiro mesmo é dormir. Obrigado pela atenção! Eu tinha que por este blog pra funcionar.