sábado, julho 31, 2010

VIVENDO E…

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Todo mês compro a revista Graciemag. E como toda revista tem a seção de cartas. Esta última veio uma bem interessante. Tem um pouco a ver com o meu último texto publicado aqui e com a história que presenciei dia desses num treino que conto logo abaixo da carta.

JIU-JITSU MANTÉM VOCÊ JOVEM

Sou assinante da revista e treino na Lotus Club. Fui em grupo até o Pan 2010. Um de nossos atletas, Rick Geist, lutou o sênior 2 (para atletas acima de 50 anos), no peso e no absoluto.

Um ano atrás, “Big” Rick precisou fazer uma cirurgia no cérebro. Os médicos haviam encontrado um tumor quase do tamanho de uma bola de tênis. A situação foi assustadora, a ponto de o cirurgião chorar ao ver que Rick, após a operação, era capaz de mexer os dedos dos pés e das mãos. Assim que teve alta, Rick voltou à academia, mas não foi só. Ele treinou como um monstro, inscreveu-se no Pan e conquistou DUAS medalhas de ouro! No pódio, ele ganhou a faixa marrom do treinador James Foster, e então puxou da mochila o kimono em que todos da academia haviam assinado e dado a ele, enquanto estava no hospital: “Essa é para a equipe, eu não teria conseguido sem eles.” E encerrou com um grito: “Jiu-jitsu mantém você jovem!”

Sean Flaherty

E a história que tive o privilégio de presenciar foi esta:

Um garoto sentado um pouco distante numa cadeira com os olhos brilhando e um singelo sorriso no rosto, assistia atentamente ao nosso treino. Convidamos-o pra se juntar a nós. Timidamente se levantou, se aproximou e ficou nos olhando sem dizer nada. Mais uma vez o convidamos a tirar o tênis e treinar com a gente. Os olhos se encheram de lágrimas. Estranhamos. Depois de um pequeno silêncio pra tentar engolir o choro, ele disse que queria muito, pois sempre teve vontade de treinar jiu-jitsu, mas neste momento, não ia poder porque tinha um corte na cabeça. Não entendemos.

Ai ele explicou que fez uma cirurgia na cabeça e ficou um buraco no crânio e um corte que não sabe se um dia vai cicatrizar. Caralho! Disse que teve um tumor liquido e soube em cima da hora. Chegou no hospital com 1% de chance de sobreviver, passou por várias cirurgias e agora tem esse buraco no crânio e mais uma válvula que ficará a vida toda jogando o líquido pra fora. Ele nos mostrou a válvula. Sinistra.

Por isso não pode treinar, porque não pode bater a cabeça. Garantimos que ali ele não correria este risco e que cuidaríamos pra que ele não sofresse nenhum tipo de impacto e que iria treinar somente as técnicas. Seus olhos se encheram de lágrimas novamente.

Entusiasmado disse que falaria com o médico o quanto antes e voltaria pra lá, pra recomeçar uma vida normal.

Dessa vez foram nossos olhos que ficaram molhados. Ficamos um tempo em silêncio sem saber o que dizer, esperando as lágrimas sumirem. Talvez pela coragem, pela vontade de continuar vivendo, do cara que esteve cara a cara com a morte. Pelo simples fato de estar frente a frente com uma pessoa que parecia muito feliz, por ter sobrevivido, enquanto todos achavam que ele não teria a mínima chance.

SEMENTE DE SUCUPIRA

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Faz tempo que to pra escrever sobre isso e acabo esquecendo. Faz tempo que to pra escrever sobre uma porrada de coisas e não lembro, mas como dizem os mais sábios... uma parada de cada vez.

Tenho dores por quase todo o corpo por causa das lutas. Minha lombar, por exemplo ta zuada há pelo menos dois anos. Já tomei uma batelada de comprimidos, passei vários tipos de pomadas e nada.

Uma amiga massagista um dia me deu uma dessas pomadas naturais numa latinha redonda que se acha pelos camelôs. Nunca me liguei nesses troços, sempre achei roubada. Encostei a latinha num canto e deixei. Um dia a lombar quase travou e não conseguia nem me levantar, resolvi ver qual era a da pomada, já que não tinha gastado nenhum puto com ela. Uma hora depois já sentia um alívio. Mais tarde passei de novo e no dia seguinte eu tava bem melhor. Um resultado que nunca tinha conseguido com Calminex e nem Cataflam e nenhum outro remédio sintético.

A composição da pomada é confrei, mentol e arnica. Continuei passando-a sempre que doía e senti uma melhora que ainda não havia sentido. Curioso, perguntei onde ela tinha comprado aquilo e fui lá na esquina da Cardeal Arcoverde com Pedroso de Moraes, numa casinha bem pequena que só vende essas raízes, pomadas naturais etc. Numa caixinha cheia delas vi outras e até pra uns lances que parecem bem absurdos. E tinha pra tudo, aliás raízes de chá pra tudo o que a gente imagina.

Foi ai que descobri a pomada de sucupira. Na tampa da latinha vem escrito: “Poderoso Antiinflamatório”. Comprei-a, passei-a e até agora não sinto mais a dor forte da lombar que às vezes impedia-me até de ficar em pé. Comentei com algumas pessoas, elas foram atrás e descobriram também a semente de sucupira.

O chá feito com a semente tira tudo quanto é tipo de dor. Juca de Oliveira é adepto disto há muito tempo e tem um vídeo no youtube dele contando dos benefícios.

E o melhor... a pomada custa só 3 pilas e se compra duas sai por 5. O saco de semente custa 7 pilas. E é óbvio que a medicina não divulga isso, senão vamos deixar de procurá-los. Abaixo um textinho que achei na internet com os benefícios do negócio. E é bom mesmo. E esse blog tem que servir pra alguma coisa também. Guardem esse nome e corram atrás. É o único antiinflamatório que faz bem pro estomago. O chá é indicado também no tratamento de úlceras e gastrites. Bem louco. A única coisa foda da semente é que ela é bem dura e pra fazer o chá tem que quebrá-la pra soltar o óleo e a resina, mas nada que uma marreta gigante não resolva. É isso que tenho feito. Uns amigos estão usando aquele troço pra quebrar casca de nozes. Dizem que é esta resina que entra nas juntas dando o resultado milagroso. Parei de gastar fortunas na farmácia. Espalhem e experimentem. É bom mesmo. Abaixo um link com mais informações.

TEXTO

quarta-feira, julho 28, 2010

Inusitado

Esses lances que acontecem por causa de um blog é bem manero. Numa dessas madrugadas em que a gente fica navegando pela internet sem conseguir pregar os olhos, me chegou este email, por causa deste texto que escrevi no dia 20 de janeiro. Quem diria? Muito legal. Foi nesta madruga de 28 de julho mesmo.

Boa noite.
Cara li no seu blog o "artigo" sobre a União dos Guias Florestais do Brasil,....rs.... achei o maximo. Eu tbm participei por um bom tempo daquele treinamendo paramilitar... eheheheh...
Tentei me lembrar de ti pela foto, mas não consegui.
Voce fez parte da UGFB na cidade de Tupã??? Eu sou de Tupã,... e foi o mesmo Liro da era nosso "chefe".
Tambem não sei o fim de levou aquele barbudo,...rs...
Mas foi uma epoca bacana demais,.... lendo seu texto me veio varias lembranças.
Caso leia esse e-mail, me mande resposta a respeito de onde voce é. É de Tupã mesmo?
Abraço.
Rodrigo Oliveira
(Sgt UGFB)

terça-feira, julho 27, 2010

PARA MAGÉ TIRITIL

ÚLTIMA CHANCE

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MAKING OF

Por Rodrigo Carlstrom.

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quinta-feira, julho 22, 2010

JARDIM BOTÂNICO

Moro há 10 anos em São Paulo e ainda não conhecia o Jardim Botânico daqui. Quanta estupidez. O lugar é magnífico. Aproveitei o feriado do começo de julho e fui lá conhecer e fazer as fotos do encarte do primeiro CD da banda Sopro Vital do interior de SP. Dos filhos da Dona Odete, os Manelões. Confiram algumas.

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terça-feira, julho 20, 2010

Mais sobre a peça

Este fim de semana o jornalista Ivan Luiz assistiu a peça e escreveu em seu blog.

E também tem um texto bem legal, escrito por Talita Godoy em seu blog. Aqui.

Hipóteses para o amor e a verdade, traz colocações sobre o teatro expandido, o pós-homem e a solidão


Com direção e texto de Rodolfo Garcia Vásquez (indicado ao prêmio Shell) a peça traz aos palcos diversas histórias que funcionam independentes umas das outras como uma colcha de retalhos, mas que tem como ponto de convergência a solidão das pessoas e como elas se relacionam com o amor em uma sociedade fragmentada.


O público não apenas assiste ao espetáculo, como mero espectador, mas é convidado a deixar os celulares ligados e podem receber ligações dos atores e interagirem com os mesmos em cena.


O teatro expandido pesquisado desde Rebabulo da Avareza, Luxúria e Morte, também esta presente em Hipóteses a medida que rompe com o espaço sagrado do teatro e se utiliza de elementos como a internet, as redes de relacionamentos e vídeos para criar outra forma de percebermos o teatro.


Enquanto em uma cena, o Homem-Bomba, conversa com o gerente de qualidade, no palco são projetadas as mesmas imagens, mas de uma forma diferente, sinalizando que cada pessoa enxerga e entende o que acontece de uma maneira muito particular e própria.
A solidão também é vista de diferentes ângulos, o nerd, se relaciona apenas através do computador, por temer que o real, não seja tão verdadeiro, quanto o que ele pode encontrar nas salas de bate-papo.


A interpretação de Phedra De Córdoba como a mulher abandonada pelo filho e que tem apenas a companhia de sua enfermeira é de uma força de interpretação que a atriz nem necessita falar, seus olhos e sua fisionomia transmitem sua belíssima interpretação, desta mulher que espera a beira do precipício a vinda do marido que nunca chega.


A atriz Maria Casadevall apesar de ter tido a difícil tarefa de substituir de última hora outra atriz, interpreta Madalena, que tem como sonho andar de mãos dadas com o filho pelo parque, sem que ninguém a reconheça. Apesar do texto denso e forte, a atriz coloca uma suavidade e leveza na personagem e traz uma carga dramática em sua atuação, que remete a Gloria Menezes em Ensina-me a Viver. Com certeza uma das futuras grandes atrizes dos palcos brasileiros.


O gerente de qualidade da fábrica, interpretado pelo excelente ator Tiago Leal, é um dos pontos de destaque da peça. Em sua busca para fugir da solidão, ele se relaciona com homens, mulheres e tranxessuais e é amante assumido da luxúria. Sua caracterização é um dos melhores momentos da peça e o ator através da simpátia do personagem cria um vinculo com os espectadores.


Adão, interpretado por Paulinho Faria, é um tipico malandro, no bom sentido da palavra, satírico e jocoso, ele busca aplacar a solidão através de milhares de filhos, com o cabelo assim, encaracolado como o dele. Em sua busca pela mulher ideal, acaba conhecendo Madalena e se apaixona. Paulinho Faria traz em sua veia artística um sarcasmo, que ele tão bem coloca no personagem, e faz com que o público se identifique com seu homem perfeito. Paulinho Faria é um dos melhores atores da nova geração e se suas próximas atuações forem tão boas quanto em Hipóteses para o amor e a verdade, terá vida longa nos palcos.


Temos também a Atriz Tânia Granussi como a guia turística dos moradores do centro de São Paulo, Leo Moreira como o homem-bomba e Esther Antunes.
Na parte em que os personagens estão dançando acima do palco, com os rostos cobertos, vemos que não importa o gênero, hetero, tranxessual o corpo é mutável e não o fim.
A peça Hipóteses para o amor e a verdade, não é uma peça fechada, que mostra o desfecho de cada personagem na sua busca pelo amor e o final da solidão, mas deixa ao público as várias possibilidades que são tão fragmentadas como a sociedade atual.


A peça está em cartaz no Espaço dos Satyros 1, Praça Franklin Roosevelt, 214, de sexta a domingo a partir das 21:30 horas e o ingresso custa 30 reais.

E para acessar o blog do Ivan Luiz cliquem aqui.

domingo, julho 18, 2010

SOPRO NO CORAÇÃO

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Devia ser meu aniversário de 8 anos ai na foto. A prova de que eu era bem franzino. Este japa com a roupa igual a minha é meu meio irmão e os amigos da Vila São João. Engraçado ver como essas festinhas eram esperadas e caprichadas pela minha mãe. Em volta a criançada doida pra poder começar a atacar a mesa de bolo e doces. Lombriguentos. Lembro de cada um deles. Não sei por onde andam, mas sinto uma saudade danada. Saudade destas festinhas onde todos se reuniam pra partilhar um momento real de felicidade.

Notem: Todos fazendo cara de pouco caso, mas até a hora de apagar as velas só, porque depois pareciam um bando de esfomeados lombriguentos mesmo.

Nem sei de quem herdei isso. Desde moleque sempre gostei muito de esportes, mas fui proibido pelos médicos de praticar pelo resto da vida depois de terem diagnosticado um sopro irreversível no meu coração.

Desde moleque também sempre fui muito teimoso e isso com certeza herdei... sei lá. Enfim, não importa mais. Acredito na lei de ação e reação, muito mais na física do que na metafísica. Quando enfio um troço na cabeça vou atrás até conseguir e não chamo isso de obsessão, tem mais a ver com determinação.

Eu era um pirralho e adorava jogar futebol no campinho perto da casa que morava na Vila São João. Montei um time e fui o capitão. A gente até ia pros outros bairros desafiar outros times. Tinham uns filhinhos de papai no nosso e por isso conseguíamos isso. Os pais deles queriam investir. Fui fã de Garrincha por ser canhoto. Diziam-me que foi o melhor de todos.

No pé da minha cama eu guardava uma santinha de Nossa Senhora e todos os dias de manhã acordava e rezava pra ela me fazer um jogador parecido com o Garrincha. Idiotices de criança. Pensava que o cara ia baixar em mim e teria exatamente o mesmo talento. Eu até driblava bem. Ser canhoto favorecia.

Lembro perfeitamente na sala de espera do hospital o médico chamando minha mãe logo após os exames. Minha coroa resolveu me levar pra fazer exames gerais, depois que o pai de um amigo contou a ela que eu quase desmaiei numa partida. Bom, ficaram um tempão lá dentro e depois me chamaram. A cara dos dois era de enterro. E ele como todo médico que sempre quer parecer engraçado e simpático, falou comigo como se eu fosse um gnomo, ou... sei lá:

- Olha só que meninão bonito, saudável.

Eu nem era um meninão. Era anêmico e esquelético. Saudável devia ser o cu dele cheio de hemorróidas. E o pior é que ele dizia isso com aquele típico sorriso e batendo a palma da mão uma contra a outra, como se estivesse falando com um poodle e continuou:

– Pelo o que a mamãe me contou aqui, você gosta de futebol né? Bilu, bilu, bilu… Mas infelizmente, você não vai mais poder jogar futebol do jeito que joga, senão pode acontecer alguma coisa ruim no coraçãozinho e parar de funcionar. Não vai poder fazer mais nenhum esporte.

“Coraçãozinho?” Ele devia mesmo ter o cu cheio de hemorróidas.

Sai dali encanado pra cacete, cabisbaixo. A única diversão que se tinha naquela vila era me juntar com a molecada e jogar futebol.

Como sempre, minha mãe deixou bem claro:

- Se eu te pegar jogando futebol ou correndo pra lá e pra cá feito um idiota vou te quebrar inteiro de porrada.

Fizeram uma carta de dispensa das aulas de Ed Física e assim conseguiram me afastar dos esportes. Mas deixo bem claro: “Temporariamente.” Porque entreguei a porra da carta uma única vez, sendo que todo mês por regulamento teria que entregá-la, pra ser dispensado. Dei um jeito lá.

E muito na surdina um mês depois, teimosamente, voltei com todas as atividades físicas e botei na cabeça que o médico tava vacilando, como a maioria deles. Onde já se viu dizer a uma criança que ela jamais poderá praticar esportes? E por mais cansaço ou tontura que eu sentisse, não deixaria transparecer. E assim foi. Menti pros professores dizendo que já tinha me recuperado. Na verdade eles nunca souberam o que eu tinha. Até parece que leram a porcaria do atestado.

No começo confesso que era bem punk, ficava sempre malzão e tinha que engolir aquilo pra ninguém ir correndo contar pra minha mãe. No time da vila continuei jogando depois. Óbvio que ela me pegou várias vezes e várias vezes me deu a casual surra de sempre. Até que um dia disse, que se eu quisesse morrer, seria um problema meu e que ela não faria mais nada. Não entendia merda nenhuma de “morrer” e por isso continuei. E fui ficando cada vez melhor com o tempo. E conseguia correr mais rápido e durante mais tempo do que os outros moleques.

Eu comecei a sentir que não ficava mais tão cansado e que quanto mais treinava, mais conseguia as coisas. Não passei mal mais. Hoje nem me interesso mais por futebol.

O pai do meu padrasto, um japonês fugitivo, me ensinava golpes de caratê no fundo do quintal e depois o meu vizinho da frente, ex-guerilheiro, fazia um treino quase ninja comigo todos os dias. Depois de muita insistência minha mãe acabou me colocando numa academia. Tornei-me faixa-preta e vice-campeão mundial de caratê antes dos 18 anos. Dediquei-me muito a isso. Treinos diários. Com o tempo tornei-me faixa-preta de judô também, agora de jiu-jitsu. Luto boxe, vale-tudo e tudo mais. Passei pelo Muay Thai, Kickboxer, capoeira, ninjitsu e outros. Participei de clubes da luta e sempre sai inteiro, nunca tive problemas com o coração. Já lutei profissionalmente. Fiz faculdade de Ed. Física e nas aulas de corrida de resistência sempre estava entre os primeiros. Quase fui jogador profissional de basquete. Pratiquei e pratico todos os esportes possíveis, que me agradam.

O médico disse que teria esse troço pra sempre. Médicos sempre acham algo na gente pra ficarem roubando nossos míseros centavos. Pelo menos 80% do que dizem é baboseira. Se eu tivesse dado ouvido praquele hoje em dia seria um coxinha e não teria feito e nem conquistado nada disto.

Não me gabo pelas conquistas esportivas, qualquer um pode, só me sinto bem por ter me provado ao contrário. Por isso quando invoco com algo, vou até o final. Escrevo tudo isso para que meus amigos entendam um pouco porque sou essa mula insistente.

Carrego nos bolsos da calça o famoso provérbio popular: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”

Impossível? Ainda existe essa palavra em algum dicionário?

Não desisto nem fodendo. E sinto que vou viver ainda longos anos. E é do coração que nunca vou morrer, podem crer.

quarta-feira, julho 14, 2010

Ctrl C + Ctrl V

É só pra isso que tenho tido tempo esses dias

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A sogra vai visitar a filha e o genro. Ela toca a campainha, o genro abre a porta e diz, empolgado:
— Sogrinha! Há quanto tempo a senhora não aparece! Quanto tempo vai ficar conosco desta vez?
Querendo ser gentil, a sogra responde:
— Até vocês ficarem cansados de mim!
Então, o genro diz:
— Sério? Mas a senhora não vai nem tomar um cafezinho?

 

ESTÁTUA DE PEDRA

Estava o maior calor e três garotos voltavam da escola, quando vêem uma mulher peladona numa piscina e param para olhar atrás da cerca.
De repente, um deles sai correndo para casa, os outros dois se assustam e vão embora também.
No dia seguinte, a gatona está de novo pelada na piscina e os três moleques ficam olhando atrás da mesma cerca.
De repente o garoto sai correndo de novo para casa e os outros dois vão embora também.
No terceiro dia acontece a mesma coisa. Mas na hora em que o garoto ia sair correndo, os outros dois o seguram e perguntam:
— O que foi? Você não gosta de ver mulher pelada?
— É lógico que gosto! Só que a minha mãe disse que se eu ficar olhando mulher pelada, eu vou virar uma estátua de pedra. Então, quando eu percebo que estou começando a endurecer, eu fujo!

domingo, julho 11, 2010

ATORES E ATRIZES

E os amigos atores e atrizes que estiverem afim de fazer ou renovar seu material fotográfico, é só falar comigo. To fazendo isso agora, por um preço de brother. Vejam algumas fotos e para ver mais cliquem aqui.

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Shell

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Esta semana que passou saiu a primeira lista de indicados ao prêmio Shell deste semestre. E Hipóteses Para o Amor e a Verdade recebeu indicação de melhor direção. O lance é torcer. O resultado só ano que vem.

Para quem não sabe. O prêmio Shell, é o prêmio mais importante do teatro brasileiro. A peça segue em temporada de sexta a domingo sempre às 21h30 lá no Satyros 1 que fica na praça Roosevelt. Aconselho-os a chegar no minimo com 1 hora de antecedência, pois não tem muitos lugares na platéia e lota rápido. Vale muito a pena conferir o trampo. Mais notícias aqui. E quem tiver afim de ver algumas fotos que Lenise Pinheiro fez, clique aqui.

terça-feira, julho 06, 2010

CURTA TEMPORADA

E os “malucos” do Antro Exposto vão fazer uma curta temporada das suas duas últimas peças lá no teatro Viga, próximo ao metro Sumaré às terças e quartas. Sempre falo deles por aqui. E não é por menos. Essas duas peças estão na lista das que mais gosto e mais recomendo e o grupo é um dos meus favoritos. A critíca, infelizmente ainda não deu a atenção merecida, enfim. Vale a pena conferir o trabalho. Quem não viu ainda, não deixe de ver. Oportunidade rara. Tem os blogs deles ai do lado. Da companhia, do Ruy, do Diego Torraca e da Patricia Cividanes, a autora desta arte magnífica.

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CONVERSA DE DOIDO

Ando pensando seriamente em abrir uma empresa, mas quero esse maluco pra atender os gringos. O bom é que vou poder ter clientes do mundo inteiro, porque com certeza o maluco vai dar conta do recado.

segunda-feira, julho 05, 2010

O FANTÁSTICO MUNDO DE BETITA

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Ando correndo...

E Betita guardou uma parte de sua vida em caixas de papelão que estão empilhadas no banheiro do corredor da lavanderia. Ela segue assim. Armou uma cama num canto da sala e dorme lá, abraçada ao edredom que comprou em liquidação nesses varejos de roupas de cama de bairros de periferia.

Nunca mais vi baratas desfilando perdidas pelo banheiro do meu quarto. Aquela idéia de cobrir todos os ralos com pequenos tapetes comprados em lojas de 1,99 por 4,99 funcionaram. Aposentei o detefon, o insetizan e o baygon. E todos os outros tipos de veneno que Kafka achava bom.

Minúsculas formigas seguem em formação, vindo de um buraco da parede ao lado do exaustor até a pia melada com o resto de maltodextrina que derremei enquanto tentava encher uma garrafa pet de água.

E eu sigo assim... engatando a quinta no meu novo carro, sem antes passar pelas marchas anteriores. Ando atropelando pedaços de unhas de gatos enterradas no asfalto quente do meio-dia. Eu sigo, sem olhar as placas de sentido obrigatório, ou vire à esquerda na próxima esquina do paraíso (Metrô). Nem tão próximo de casa assim.

Por um vão da porta, sem alarde algum, observo Betita, conversar com Bob, porque ela virou um personagem de suas fantasias no seu mundo fantástico. É tão generosa que se permitiu lhe fazer companhia em seus devaneios. E percebo que os dias nem estão tão frios assim. As noites... não sei. Espero um ano de neve. Acordo suado na madrugada só de cueca e coloco o cobertor de lã sobre o chão, pois imagino que ele deve estar com muito mais frio do que eu. Só preciso de meias pra não gelar os pés.

Humberto, o porteiro trampou ontem até as 10 da noite, chegou em casa à meia-noite, acordou as 4 da madruga e às 6 da manhã já estava de volta ao trampo, sorrindo. Deve ser grato por ter um trabalho que não tem sido nada honesto com ele. Às 14h ele vai pra casa correndo pro dia seguinte chegar logo e ele poder voltar pro seu posto novamente.

Esperançoso, o sujeito.

E Betita penteia os cabelos de suas bonecas mal lavadas e roupas encardidas. Xinga-as e depois chora... e depois... ri... e depois... não tem depois.

Tem um sol à pino do começo de tarde. Tem flores mortas no jardim de dona Esperança. Um acidente com um motociclista logo ali, em frente à farmácia de manipulação. Um choro incessante de uma criança que ainda não deve ter almoçado, nem jantado ontem a noite e muito menos tomado o café de todas as manhãs perdidas em seus próprios pesadelos. Tem dona Angústia, pedindo pra ficar em casa mais uma noite. É óbvio que não a hospedei. Tem muita gente neste pequeno apartamento. Mas dei-lhe uma maça do amor, pra lhe trazer sorte e ela conseguir outro abrigo.

Ufa... acabei... pelo menos por hoje.