quarta-feira, julho 01, 2009

VENDAVAL

tulipas

E tem essa coisa do amor que não entra na cabeça de jeito nenhum. Vou seguindo em frente. Não encontro explicação pra uma coisa que não sei o que é. Tomo um chuto na bunda e continuo seguindo. É um empurrão na verdade. Já devia ter desistido de tudo, mas essa merda não deixa. E tem também a porcaria da solidão que parece um fantasma fazendo buuu no pé do ouvido. Olho sempre reto e é um breu danado. Sem cautela nenhuma tento descobrir onde posso pisar.

E a bomba relógio dentro da cabeça, que pode explodir daqui a pouco?

Nem vai dar tempo de atirá-la contra a janela pra me divertir vendo os estilhaços pelo chão.

Então sigo martelando, insistindo nessa merda toda. Sinceramente já me convenci e me convenceram de que não nasci pra nada disso. Daqui a pouco pego minha viola, marco um encontro com o Zé Buscapé e ficamos na varanda do seu rancho cantarolando algum blues caipira e contando quantos carneiros pulam a cerca. E tem essa coisa de vida que também não consigo engolir. Chega dessa putaria toda.

Opa! Foi outro vendaval. Por isso dei uma pausa no texto, sem avisar ninguém. Agora estão sabendo. Mesmo assim não deu tempo de fechar toda a janela. Não imagino quanto tempo vou gastar pra por tudo no lugar.

Ando preferindo mesmo bater cartão em alguma firma, ter férias, décimo terceiro, final de semana e dinheiro todo mês. Quero comprar tulipas pro jardim da minha garota. Sorrir como o gato de Alice no país das maravilhas a puta que pariu. Descobrir onde é que dói tanto. Foda-se.

3 comentários:

Camilo I. Quartarollo disse...

Quer bater cartão como eu? Os artistas são mais livres e nós mais "nostálgicos", onde está o equilibrio, meu amigo? Eu continuo buscando algum, até porque a felicidade não se compra. Um abraço e obrigado pela profundidade da reflexão e pela práxis. Até. Obs: Vou caprichar mais nos meus textos, não tantos nostálgicos.

André Auke disse...

é isso ai, viver é uma puta aventura. rs.

Abraços

Anônimo disse...

E onde doi tanto?
Flores e vendavais combinam... um espalha as sementes do outro. Um dia vendaval, no outro jardim florido e assim seguimos, contando as ovelhinhas...
E chega dessa putaria, porra!