É só mais um ciclo. O motivo talvez de muitas comemorações deve ser o alívio de sacarmos que temos menos um ano aqui nesta vida. Não sei o quanto vai durar. Não entendo e nunca entendi a palavra “parabéns”, apesar de usá-la, às vezes, condicionalmente. Um telefonema de siga em frente não é menos romântico, óbvio, do que telefonemas de alguém dizendo que amanhã morrerá. Todo mundo se vai, mas tem horas que nos esquecemos disso e, porque insistem em nos lembrar? Quero dormir sem os freqüentes pesadelos. Os descreveria aqui com o maior prazer, mas só lembro de flores cinzentas, no telhado de um sobrado. Palavras, palavras e mais palavras, nunca farão sentido algum. Gosto mesmo das melodias tristes que tocam repetitivamente na minha vitrola. Gosto de parques, gangorras, balanços, mas estes não agüentam mais o meu peso. Comprei uma cortina escura pro Sol não mostrar mais o chão lá debaixo. O chão mijado e cagado pelos cães, com milhares de gosmas amarelas de baratas esmagadas e camundongos solitários que cumprem o dever do passeio noturno, disputando com uma andarilha restos de comidas despejadas por algum restaurante com o outdoor luminoso de néon. Menos um ano. É um alívio.
terça-feira, agosto 25, 2009
sábado, agosto 22, 2009
quarta-feira, agosto 19, 2009
segunda-feira, agosto 17, 2009
quinta-feira, agosto 13, 2009
SEM JUSTIFICATIVAS
Tem gente que frequenta aqui que nem imagino. Na rua andaram me perguntando porque está tão parado. Cansei de ficar tentando me justificar, mas o monólogo ainda continua me consumindo e não ando com vontade, ou nem inspirado pra novos textos. Então enquanto não arrumo um tempo decente pra este blog, volto a postar velhos textos para novos frequentadores.
Às vezes
Quantas vezes quase fomos atropelados porque a garota do outro lado da rua é sempre bem mais interessante do que o semáforo e o carro que vem feito uma bala em nossa direção.
Milhões de outras vezes quase morremos por elas de outras várias formas e nem se quer somos notados. Perdi as contas das vezes que eu quis convida-la para ser meu par nos bailes da escola, mas não o fiz por causa de um bendito frio na barriga.
Várias vezes enviei bilhetes sem assinatura e nunca recebi sequer uma resposta. Sempre me disseram que filmes não fazem bem, mas sempre os assisto, sempre os odeio. Por causa deles fico esperando o carteiro jogar cartas de amor por debaixo da porta, ou passo o dia clicando com o mouse no botão atualizar da minha caixa postal, com a absoluta certeza de que aparecerá um extenso email com declarações da tão sonhada garota.
Tantas vezes lhe telefonei e fiquei em silêncio só pra ouvir a doce voz do outro lado da linha. Todos os dias me sinto incompreendido. E na verdade só queremos alguém pra cochichar em nossos ouvidos canções silenciosas, ou nos acompanhar no supermercado, ajudar escolher roupas e cuecas no armário. Na verdade só queremos alguém pra abraçarmos e chorarmos, apertarmos e dizer o quão importante e feliz ela faz nos sentir. Alguém pra dividir sonhos e ler poesias.
Sou um cara jogado na calçada com uma blusa xadrez, calça jeans e um par de tênis velho. Sabe aquela garota que gosta da estrada, do vento soprando no cabelo? Aquela garota que dorme com a gente em qualquer pardieiro. O frio berra lá fora, enquanto aqui um calor desgraçado. Lágrimas descem como um alpinista desgovernado. É uma sensação de solidão. Não escolhi isto. É apenas um hábito.
terça-feira, agosto 11, 2009
terça-feira, agosto 04, 2009
sábado, agosto 01, 2009
Em prol dos animais
Fazia tempo que não aparecia um video tão bom pela internet. É um pouco longo, mas vale cada minuto.