segunda-feira, janeiro 25, 2010

Ensaio Aberto

Nesta quarta 27 às 22h lá no Satyros 1, faço uma única apresentação do monólogo. Rodolfo cedeu a sala pra filmarmos a peça. Eu e Ruy tivemos a idéia de abrir pro público e cobrar um valor simbólico de 5 pilas pra dar uma força pro nosso amigo Marião que está em casa há algum tempo já, se recuperando bem, mas ainda tem altos gastos. Tá com o braço esquerdo imobilizado e tem ido frequentemente aos médicos, tomando vários remédios e muito mais.

Quem puder dar uma força com a divulgação, postando o flyer em seus blogs, facebook, twitter, orkut etc ajudará muito, pois estamos muito em cima. Espero que apareçam. Valeu!

ensaio_net

sexta-feira, janeiro 22, 2010

CINZAS NA JANELA DE UMA FOTOGRAFIA BRANCA E PRETA

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Esse cheiro de fumaça que entra pela porta, vem da foto preto e branco que está queimando em cima do travesseiro no meu quarto. No vão da janela estão as mensagens escritas nas cinzas. Um telefonema, um email, ou a carta entregue pelas mãos do carteiro, não chegam. Sobre a linha do trem, com todo o cuidado pra não cair, uma criança de sorriso singelo, com uma viseira quadriculada e um grande laço do lado, caminha com o olhar distante, pra se manter longe de “Esta Propriedade Está Condenada”. Está feliz, brincando. Talvez nunca se sentirá tão leve assim. Em silêncio, faço de tudo pra não assustá-la, não quero desestampar o sorriso do teu rosto.

O trem apita e já é outro dia. Lá está ela, clara como flocos de neve. Agora com uma imensa flor presa do lado direito da cabeça. Dessa vez vou-me embora e muitos anos se passaram. Lembro-me de tudo como se fosse agora. Daquele passado registrado no retrato preto e branco. Lembro-me dela por causa dos olhos amendoados. Lembro-me que odeio filmes por isso. Fico querendo que cenas da vida aconteçam exatamente daquele jeito.

Se eu tivesse muita grana, compraria o tempo, pra ir e vir como bem entendesse. Iria pra um passado, não muito longe e acertaria os ponteiros com as merdas que fiz. Se eu tivesse muita grana mesmo, compraria uma passagem só de ida pra Tristeza até o espaço sideral. Daí distribuiria a Alegria em sacos de confetes pra todos os amigos.

Rio de mim. Da minha falta de senso. Vou sentar, e continuar observando o esforço dela pra não deslizar no trilho do trem. (Silêncio.) Olha (Espantado.) Agora ela fala com Monteiro Lobato e faz caretas pra Cuca. Como pode? Alma inocente de criança.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

SÃO LUIS DO PARAITINGA

O estrago lá foi grande mesmo e pelo o que sei a cidade ta precisando de muita ajuda ainda. Quem puder ajudar pelo menos divulgando. Entre ai e espalhe. www.ajudeslp.blogspot.com

Valeu!

UGFB

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Eu e Pedro Lucas. Um grande brother da infância.

A primeira vez em que me arrebentei pra valer foi quando ganhei a primeira roupa de um super herói qualquer. Acho que era o Capitão 7. Só não me perguntem quem era, porque até hoje não sei. Tinha o 7 na capa e me denominei assim. Devia ser a mais barata que encontraram. Encomenda da 25. Fiquei feliz pra cacete. Esperei todo mundo sair fora e consegui subir no telhado de casa pela torre da antena. Década de 80. To chutando alto se disser que tinha 6 anos de idade.

Esta não é uma história diferente da maioria das crianças da minha época e sei bem disto.

Lembro claramente do frio que tomou conta da minha barriga, quando vi o tamanho da encrenca em que eu tava me metendo. Só continuei porque na minha imaginação lúdica infantil, tinha a certeza de que a capa não deixaria nada de ruim me acontecer. Daquele instante tenho apenas a recordação de um grito. O meu. E flashes de rostos apavorados ao meu redor. Foi ai que inconscientemente devo ter entendido a questão da gravidade.

Essa obsessão me perseguiu por muito tempo, na verdade resquícios dela ainda estão em mim. Nunca tive muita noção do perigo. Devo ter os ossos muito fortes, porque nunca sofri nenhuma fratura exposta, mas foram incontáveis às vezes em que acordei numa cama de hospital espetado por uma porrada de agulhas de soro, depois de várias outras tentativas perigosas e obviamente frustradas.

Cresci com a certeza absoluta de que salvaria o mundo. Do que? Do monstro do pântano? Achava que poderia acabar com todo o mal. “Sem noção”. Como nunca tinha o que fazer, passava o dia assistindo aos super heróis e minha cabeça ficava cada vez mais cheia dessas baboseiras.

Esse deve ter sido um dos motivos em me envolver tão cedo com as artes marciais. Bruce Lee, McGyver, Ninjas, Jaspion, Changeman, Jiraya, Demolidor, Super Homem, Homem Aranha, Batman, ops, Batman não. Não gostaria de ter aquele tipo de intimidade com o Robin.

Ficava ligadão nos treinos desses malucos na TV e armava tudo igual no fundo de casa. Morava numa simples casa de cerca de bambu podre, numa pequena vila de Campinas. Tinha um grande quintal que dava fundo pra um enorme pasto de uma fazenda gigantesca. A mesma fazenda onde o “Boi Falou”, e que virou uma lenda folclórica. Outro dia conto isso. Minha coroa ficava louca com as arapucas que armava no seu jardim.

Pra passar por treinamentos semelhantes ao do exército, fui ser guia florestal. UGFB (União dos Guias Florestais do Brasil). Imaginei que pudesse acrescentar muito na minha formação de herói. Que léro-léro. O pior é que o bagulho era puxado mesmo. O cara que coordenava esse troço era meio psico. Levava a gente lá pras matas do fim do mundo, onde armávamos um acampamento selvagem pra ficar por pelo menos 15 dias. Dormíamos no meio do mato e comíamos a própria caça etc. E não é marmelada isso. Comi muita rã. O cara devia ser algum desertor e queria formar uma equipe de guerrilheiros, com moleques de 9 a 15 anos. Cai na armadilha, mas curti muito. Voltava pra casa depois dos acampamentos bem mais magro do que já era e com a cabeça cheia de piolhos. Apesar da farda, era tudo bem diferente dos escoteiros. Bem mais punk. A gente achava os escoteiros uns mariquinhas.

A curtição eram os sábados de manhã, quando saia com a minha farda e percebia que todo mundo ficava olhando no bairro. Sentia-me qualquer um dos personagens de Platoon. Fodástico. Ainda mais que o filme tinha acabado de estreiar e tava bombando nessa época. Esperava pelos sábados, mais ansioso do que o natal. E olha que papai Noel me enganou por anos a fio.

Tinha fé absoluta de que essas coisas poderiam definitivamente me transformar num herói imbatível. A gente atravessava uns lagos fundos feito bicho preguiça pendurados numa corda de cipó. Rastejava na lama de porco e ainda tinha que meter a cara nela. Comia com neguinho vomitando na sua frente e não podia fazer cara feia. Fazíamos caminhadas de até 30 km no deserto debaixo de um sol de 100 graus Celsius, sem água e com uma mochila de quase uma tonelada nas costas. As viagens eram todas dentro de trens cargueiros e que levavam dias pra chegar ao destino, nas piores condições possíveis. Com menos de 10 anos sobrevivi a isso. Não sei o que aconteceu com o Liro, o coordenador e nem com o resto da rapaziada. Nunca mais ouvi falar da UGFB. O cara só pode ter sido preso.

Demorei muito, mas muito mesmo pra entender, que esse lance de super poderes não existe. Mesmo depois disto tudo. E na verdade, tudo que era semelhante a essas loucuras, me atraia. Insisti muito. Quis ser soldado, bombeiro, médico, aliás, num momento tinha certeza de que seria médico e rodaria o mundo salvando a vida das pessoas. A intenção maior de ter super poderes na minha ingênua cabeça dente de leite era essa. Ainda ficava torcendo pra acontecer um incêndio, só pra ver os bombeiros em ação. Uma vez possuído por muita coragem, ofereci-me pra ajudar. Riam, leitores.

Também quis ser jogador de futebol, de basquete, rugby etc., não sei o que tem a ver, mas quis ser. Fui lutador profissional, técnico em mecânica industrial, animador de festas infantis, professor, pirofagista, malabarista, acrobata, serelepe, manejador de nutchaco e atualmente sou ator. Ufa!

Foi a maneira mais errônea que encontrei pra poder ser tudo isto.

Não sei realmente se é uma profissão útil, mas agora não me interessa mais, porque já não sei fazer outra coisa. Se fosse mais jovem, talvez me jogasse no exército ou aeronáutica, ou tentaria ser desativador de bombas, mas neste momento só da pra ser isso. E quando quiser posso ser os heróis fantasiosos dos desenhos animados. Só assim pra enganar a frustração. Maldita herança deixada pelo tempo.

Não quero terminar isso sem confessar uma coisa, que ta engasgado há muito tempo. Não tenho mais noção das porradas que tomei, mas acreditem, no fundo, no fundo, ainda tenho esperança, de ser picado por uma aranha de laboratório e começar a subir nas paredes e soltar teia pelas mãos. Ou encontrar por ai alguma pedra de outro planeta que solte uns troços que quando eu encostar me faça voar, ou ter força suficiente pra levantar uma manada de elefantes com um braço. Ou... sei lá, um poder que com o estalar de dedo posso ter e fazer tudo o que quiser, como o gênio da lâmpada. Esfrego muitas ainda por ai. Como dizia Juba e Lula, num lençol que cobria minha cama. Ser herói, não é apenas ter super poderes, é muito mais e bla, blá, blá... não lembro o resto. Esse papo também não me interessa. Eles eram uns imbecis surfistas. Não entendiam nada de super heróis, mas bem que quando moleque eu até gostava. Merda.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Martha

Meu inglês é tão bom quanto o meu mandarim. Tom Waits é um dos malucos que mais gosto de ouvir. Tem estilo completamente inusitado, diferente de tudo que já se ouviu por ai. Graças a Ela (segundo texto da página) tenho a discografia completa dele hoje. Ouço quase que o dia todo. Essa música do vídeo, tem me pegado de jeito. Fiquei curioso e resolvi traduzir via vagalume.com. Não é por acaso que ta batendo de jeito. A letra é realmente muito foda e a melodia nem preciso comentar, vocês vão ouvir. Tradução é uma merda, mas como tenho um inglês espetacular, jamais saberia do que se trata se não fizesse isso. Preparem lenços.

 

Operador, número, por favor: faz tantos anos
Ela lembrará da minha velha voz
enquanto eu combato as lágrimas?
Oi, olá, Martha?
este é o velho Tom Frost,
Eu estou ligando de longe,
não se preocupe com o custo.
Porque faz quarenta anos ou mais,
Martha agora por favor queira recordar,
Encontre-me para um café, aonde vamos
conversar sobre tudo.


E esses eram os dias de rosas,
poesia e prosa
E Martha tudo o que eu tinha era você
e tudo o que você tinha era eu.
Não havia amanhãs, nós
mandamos para longe os nossos sofrimentos
E nós os salvamos para um dia chuvoso.


E agora eu me sinto muito mais velho, e
você mais velha também,
Como está o seu marido? E as crianças?
Você sabe que eu casei também?
Sorte sua ter encontrado alguém
para fazer com que se sinta segura,
porque nós éramos tão jovens e estúpidos,
agora estamos maduros.


E esses eram os dias de rosas,
poesia e prosa
E Martha tudo o que eu tinha era você
e tudo o que você tinha era eu.
Não havia amanhãs, nós
mandamos para longe os nossos sofrimentos
E nós os salvamos para um dia chuvoso.


E eu era sempre tão impulsivo,
eu acho que continuo sendo,
E tudo o que realmente importa
é que eu era um homem.
Eu acho que o nosso estar junto
nunca foi para ser.
E Martha, Martha, eu te amo
você não vê?


E esses eram os dias de rosas,
poesia e prosa
E Martha tudo o que eu tinha era você
e tudo o que você tinha era eu.
Não havia amanhãs, nós
mandamos para longe os nossos sofrimentos
E nós os salvamos para um dia chuvoso.
E eu me lembro de tardes calmas
tremores perto de você...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

AIRSOFT

To no projeto de um trampo bem maneiro, com um elenco du caralho. A maioria já conhecia por ai. Tudo indica que estréia ainda este semestre. Pelo menos a correria de preparação de elenco já começou a mil por hora e tenho cedido uns dias da semana pra isso. Estamos treinando AIRSOFT, pra termos intimidades com armas. É uma modalidade esportiva que ainda não conhecia. To amarradão nisto.

O nosso treinador é o Tulio. O cara é da segurança nacional, já foi do BOPE e mais uma porrada de coisas, que não me lembro. O baguio é pesadíssimo, mas bom pra caralho. Pra quem curte queimar umas calorias, é indicadíssimo e divertidíssimo. Salvo os tiros que tomamos. As armas são réplicas reais, mas todas de ar comprimido. Todas legalizadas e com porte de uso. Essas fotos que seguem, tirei essa semana num dos treinos, no dia em que gravamos o making off.

DSC_0949 DSC_0950 DSC_0843 DSC_0860 DSC_0887  DSC_0901 DSC_0902 DSC_0908 DSC_0920 DSC_0924  DSC_0928Mais aqui

terça-feira, janeiro 12, 2010

Arroba

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Em 2008 fizemos uma micro temporada de Chapa Quente no RJ. Adaptação e direção do Mário Bortolotto. Ficamos num hotel no centro e felizmente tive que dividir o quarto com um grande brother, um maluco beleza. Marquinho @

Sou um sujeito que não leva muito jeito com bebidas, mas neste dia tava tão feliz de ta fazendo a peça com a rapaziada que resolvi acompanha-los no uísque. Enfim, ressaca brava no dia seguinte. Eu e Marquinhos fomos passear na praia e eu não parava de vomitar. O cara foi parceiro pra caralho.

Voltamos pro hotel com um taxista que por sorte tinha um engov, tomei o bagulho e fui melhorando. Tinha menos de uma hora pra ficar bom, pois precisava chegar no teatro pra última apresentação.

Resolvi gastar o pouco do tempo dando um cagão. Azar. Não sabia que Marquinhos tava na mesma pegada, mas foi generoso e me deixou ir primeiro.

Dois minutos depois ele bate desesperado no banheiro.

- Porra Marquinhos, me deixa cagar em paz.

- É rápido Pankada. Só abre ai um pouco.

- Caralho. To morrendo.

Ele abriu a porta com um copo descartável na mão.

- Vou jogar no lixo.

- Dai que eu jogo.

- Não põe a mão aqui.

- Por que?

- Tem bosta dentro dele.

- Porra Marquinhos. Você cagou no copinho?

- Não aguentei Pankada.

Só pra sentirem o naipe do figura. E hoje ele comemora mais um ano de vida. Desejo ao cara toda a felicidade do mundo e que possa ainda comemorar muitos e muitos anos de vida. É de um coração indescritível de bom. Espero  esbarrar mais com ele por ai nestas aventuras. Parabéns!

Ah, depois que caguei melhorei bem.

COXINHA DE MADRUGADA

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Ia comer só um pedaço de pizza. Tava resolvido e ponto final. Eram mais de meia-noite. Encostei no balcão de um boteco qualquer e pedi um pedaço de portuguesa pra uma garçonete morena e lábios grossos. Devia ser decendente de índia. Veio um pedaço pelando que ela havia acabado de esquentar no microondas. Tudo despencando, queijo pingando. Saboroso. Enquanto eu a degustava percebia que estava sendo observado assiduamente.

Fiquei um pouco incomodado. Não sabia muito pra onde olhar. Tentei procurar moedas no bolso, dar nós nos canudos em cima do balcão, quebrar palitos de dentes, ver mensagens no celular e principalmente me concentrar na refeição, tudo pra tentar disfarçar, mas foi pior.

Começou a apelação. De dentro da estufa ao meu lado, uma imensa coxinha de frango não parava de me assobiar. Fiz de conta novamente que não era comigo. Ignorei-a mesmo. Fiz jogo duro. Paguei de gostoso. Tipo o gaúcho do youtube. Assim talvez ela pudesse desistir. Parecia que tanto esforço era em vão. O pedaço de pizza até até que tava bom, mas já tava acabando, pra minha infelicidade.

Comecei a tramar um jeito de derrotar a gostosinha, mas a pressão era tanta que não conseguia pensar em nada mirabolante naquele instante. Tipo adolescente apaixonado quando é atacado de uma gagueira, ou de um silêncio, ou de um monte besteiras quando se vê frente a frente com a tão desejada mulher da sua vida. Só fala merda e quanto mais tenta acertar, pior fica. Enfim... É humilhante, mas tenho que confessar que tava bem irresistível. Não queria parecer tão fácil depois de todo charme que tinha feito.

Eu tava extenuado esta noite e tudo que queria era chegar logo em casa. Tinha acabado de vir de uma grande rotina de trabalho. Por isso meu estômago tava semelhante a uma escola de samba, de tanto barulho que fazia. Certeza que as pessoas passando pela rua me olharam estranhamente porque ouviram a barulheira da minha barriga.

Os assobios ficaram mais constantes e estridentes. Ela mostrava-se disposta a não desistir tão facilmente. Achei um pouco vulgar até. O foda é que tinha só mais um pequeno pedaço de pizza no prato e eu não sabia mais o que fazer, o samba no meu estômago continuava igual. Olhei pro relógio e já tinha passado mais de meia hora que eu estava ali naquela briga contra a safada e inofensiva coxinha.

Saquei a carteira do bolso com uma velocidade fora do comum. Habilidade que adquiri na época em que via todos os filmes de western possíveis. Recontei os trocados.

Dei um forte suspiro e pensei, pensei e pensei... olhei-a novamente de esgueio, só com as beiradas dos olhos. A infeliz, mais uma vez correspondeu ao olhar. Pra que? Ai foi a merda. Essa palhaçada deve ter durado umas duas horas. Tarde pra cacete. Resolvi dar uma chance. Elegantemente chamei a garota que me atendeu. Num volume baixo de voz e com toda discrição possível apontei. Ela sorriu, com muita classe e se aproximou da estufa. Lentamente abriu-a e com muito cuidado tirou-a lá de dentro, colocou num prato com guardanapo e serviu-me. Tava molhadinha.

Era linda, mas tão linda que inicialmente fiquei com um pouco de pena de cravar meus dentes ali. Fechei os olhos e sem pensar muito aboncanhei. Ouvi-a rindo, um riso feliz, como se eu estivesse massageando sua barriga com minha boca. Confesso. Quase que rolou um amor a primeira vista.

Olhamos-nos pela última vez. Uma lágrima quase escorreu. Eu não resistia mais. Estava completamente feliz. Fechei os olhos só pra saborear mais gostoso e mandei a ver. Mastigava com calma, como nunca tinha feito antes. Tava tão boa que só me dei conta que terminou quando mordi meu dedo. Dei um grito de filho da puta muito alto. As poucas pessoas que ainda estavam por ali me olharam. Devolvi-lhes um leve sorriso. Levantei. Juntei as últimas moedas e paguei pela prostituta. Pronto. Missão cumprida. Sem constrangimentos, fui dormir. Era só do que precisava agora. O caminho até em casa ainda foi longo e durante o tempo todo só pensava nela, mas ela estava em mim. Pra sempre. Quer dizer, pelo menos até a próxima cagada. Há muito tempo não dormia tão bem assim.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Cananéia

Fim de ano é sempre a mesma merda. Aquela angústia que se hospeda no peito e parece que não vai embora de jeito nenhum. O pior é que os dias param de passar. Fico doido pra me enfiar no mato e sair dessa overdose urbana.

Desta vez fui pra ilha de Cananéia, Cardoso e Marujá. Bonito pra cacete. Fiquei numa casa com um pessoal bacana, no meio do mato mesmo. Selvagem. Sem dúvida, é uma das melhores viagens que fiz. O grande barato foi nadar bem perto dos golfinhos. Só tinha visto em parque aquático até então. Não tem preço que pague a sensação. Bom paro por aqui e deixo as fotos dizerem mais.

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quarta-feira, janeiro 06, 2010

Hein?