segunda-feira, fevereiro 08, 2010

PANKADA

porrada4cortada

Fazia tempo que eu não encarava um adversário tão forte. Acordei com a cara toda inchada. Foi loucura minha, admito. Andava destreinado, mas como tinham nos proposto essa luta há muito tempo, resolvi encarar. Não ia afinar nem fodendo.

Comecei soltando potentes jabs de direita, mas ele tava com a guarda muito fechada e não entrava nenhum. Senti uma pequena brecha e mandei o direto de esquerda, seguido de um cruzado e um upper. Ele se esquivou e começou a contragolpear. Demorou pra eu pegar o tempo de seus golpes e conseguir esquivar legal. Foi ai que tomei os primeiros. Quando percebi um belo de um cruzado vindo na direção do meu queixo, por pouco sai, deixando-o no vazio do ar. Ai acertei o rim e percebi que se curvou, mandei em sequencia e deve ter entrado pelo menos uma meia dúzia entre a linha de cintura e o nariz. O primeiro round foi todo assim, essa trocação ensandecida.

No segundo e no terceiro round, não foi muito diferente, mas como eu tava um pouco sem gás, não consegui fazer entrar mais bons golpes e fiquei só na defesa e contra ataque, pra mantê-lo longe e não ser tão surrado. A luta acabou sem nocaute. Senti que nos respeitamos. Era um adversário que já conhecia há algum tempo e sabemos bem dos nossos pontos fortes e fracos. Alguns momentos foram apelativos e demos golpes baixos acertando nossos pontos fracos, mas faz parte, quando estamos tão suscetíveis. Entendemos perfeitamente e não saímos bronqueados um com o outro. A luta durou quase 4 horas.

A conseqüência hoje de manhã foi quando me vi no espelho. To realmente inchadaço. Pra ser sincero, pensei que acordaria pior e com o rosto todo roxo, mas os anos de tantas lutas pelos menos serviram pra me dar uma pele de crocodilo. Nunca abri os supercílios, por exemplo. Absorvo bem os golpes. Claro, protejo bem a ponta do queixo, me preocupo muito com ele, porque sei que ali não precisa mais do que um belo upper de direita bem encaixado pra derrubar.

O que me deixou mais intrigado é que meu adversário batia muito no rosto e arriscava poucos golpes baixos. Não senti nenhum na linha de cintura e no tórax que me comprometesse. Em contrapartida, o primeiro que lhe dei no rim, o fez curvar. Senti sua pele dobrando sobre a minha luva. Agora! O mais estranho é que foi essa dor que começa no peito, bem em cima de onde fica o coração, e que reverbera até a barriga, foi quem me nocauteou hoje de manhã.

4 comentários:

Marina F. disse...

que bonito isso.
bjs.

camilo disse...

Aí fortão! Comigo foi diferente, nunca fugi da luta, era na porta da escola, apanhava sempre.rsrsrs
Bom tê-lo de volta no blog, mesmo ferido, inchadaço e depois do proprio suícidio. Um abraço, Paulinho.

PANKADA disse...

Valeu Ma. Venha mais. Saudade. Beijo

PANKADA disse...

Bom tê-lo aqui também. Abraço!