Baseado em fatos reais. Tudo o que lerem aqui, não é mera coincidência.
Desabotoei a calça e mandei chupar. Ela disse não. Depois tentei colocar as mãos sobre suas tetas, mas ficou toda cheia de pudor.
- Caralho, quanta frescura – eu disse.
- Também não é assim – retrucou.
- E como é que tem que ser?
Desvencilhando-se.
- Eu vou te mostrar o meu cachorro.
- O que? Odeio cachorros.
Não deu tempo. Antes mesmo de terminar a frase tinha um boxer babão, com mais de 3 metros de altura empuleirado no meu colo, arranhando meu braço e lambendo minha cara. O que me deixou muito puto.
Era um dia de chuva forte e interminável, e a dita cuja da coroa morava do outro lado da cidade. Uma viagem. Eu tava sozinho em casa, me sentindo um pouco carente. A conheci pela internet e não tinha a mínima idéia de como era sua fuça. Arrisquei. Abri meu guarda-chuva e fui pro ponto de ônibus. Domingo. Fiquei lá pelo menos duas horas batendo o queixo de frio, molhado da cabeça aos pés. Enquanto isso sua voz esgarçada berrava no meu celular de vez em quando:
- Você já ta chegando?
- Quando eu chegar você vai saber.
Claro, respondia assim com um tom manso, quase romântico. Ainda não a tinha visto, óbvio que havia alguma esperança. Não dava pra dispensá-la assim. Seria minha salvação, num dia tedioso como aquele. Mas pelo desespero e por me ligar de 5 em 5 minutos, suspeitei que não seria grandes coisas. Devia dar mais ouvidos a minha intuição. Que capa de qualquer revista de mulher pelada, em sã consciência te ligaria tanto, em tão pouco tempo? Enfim... Pelas descrições dadas na sala de bate-papo, parecia uma musa perdida, há muito tempo, entre as pirâmides de Tutankamon, esperando ser descoberta pelo príncipe encantado. Tava até me sentindo um, pra dizer a verdade. Isso confundia minha cabeça. Eu tava numa alegria danada. Não acreditava.
Cheguei, todo encharcado, mas cheguei. Toquei a campanhia, fiz uma pose James Jean e esperei. A porta se abriu e lá de longe ela fez sinal para eu entrar. Uma puta mansão. Por alguns instantes imaginei ter dado o tiro certo. Não via muita coisa por causa da chuva e da distância que nos separava. Minhas vistas estavam embaçadas por causa da água e dos meus 5 graus de miopia. Ainda não tinha apreciado-a direito. Entrei. Seja o que Deus quiser, pensei alto. Minha memória naquele momento avivava nossas conversas. Ela se descrevendo de lingeries, dizendo da fartura das suas coxas, bundas e seios. Hum, que delícia. Dizia que era um sucesso por onde passava. Fiquei loucão. Filha da puta de cabeça. Age por instinto.
Ela deixou uma toalha em cima do sofá e disse que ia tomar um banho e já voltava. Me sequei, olhei no espelho e estava tudo ok. Minhas vistas melhoraram. Nem ia precisar dos óculos. Lentamente um cheiro de formol começou invadir onde eu estava. Uma porta se abriu tão lentamente como num filme de Hitchcock e, foi ai que depois de toda pasmaceira, na contra-luz, ela surge, com seus decotes, rebolando sensualmente, como uma bailarina manca. O espanto foi grande. Fiquei dois minutos estático sem pronunciar uma palavra se quer. Minha visão não podia ter melhorado.
- Que foi? Não gostou? – ela tentando quebrar o gelo.
- Cla-cla-cla-claro que gostei.
Que merda onde tinha amarrado meu burrinho? Aparentemente não tinha 57 anos nem aqui e nem em lugar nenhum, como havia dito. Logo notei que tinham dois barbantes ao redor do pescoço, que saiam dos bicos pretos das suas tetas. Acho que era pra tentar levantá-las e me impressionar. Sem sucesso. Me senti pequeno, mais magro do que já sou. E olha que sou um sujeito que pratica esporte de porrada e peso uns 80 kg. Nem sou tão mirrado. Pesar menos que isso pra um lutador é decreto de morte. Não sei porque lembrei de Dercy Gonçalves e a partir de então comecei achá-la uma menininha. Não lembro na minha vida ter visto tantas pelancas saltando do corpo de alguém. Quando sua dentadura caiu, achei que podia ter sido mais discreta, mas não, a pegou do chão, cheio de baba e pêlos de cachorro e, sem lavar, nem nada, mergulhou na minha frente, numa boca que mais pareciam caçapas de mesa de bilhar e nem se quer se desculpou. Eu entendo, deve ter ficado um tanto sem jeito, mas não deixou de ser brochante. Para não constrangi-la, disfarcei. Velha tarada. Toda cheia de vigor. Só faltava querer dançar.
Antes desta catástrofe, sugeri que nos sentássemos. Ficamos lado a lado, num pequeno sofá, vez ou outra, trocávamos uns olhares. Eu fugia o tempo todo. Não tava nem um pouco afim de puxar papo e muito menos de ficar sendo encarado. Só queria ir embora. A chuva lá fora só aumentava e com isso os trovões cada vez mais nervosos. Cago de medo desses barulhos. E outra, não queria acabar com sua auto-estima, que já não devia estar lá essas coisas. Devia sofrer um bocado com isto. E além do mais, era uma boa chance de mostrar que apesar de tudo, posso ser um bom moço. Não tinha mais nada a fazer, a não ser tentar uma foda. Tava na merda mesmo e sentindo um pouco de culpa e remorso. Mas foi ela quem começou vindo pra cima, quer dizer, lembro que foi ela que me encontrou na internet e ficou me seduzindo.
Pensava que se alguém soubesse daquilo eu jamais seria perdoado, iam me condenar a forca por violentar uma senhora que nem dentes tinha mais. Na verdade eu seria violentado. Resolvi então agir. Pra não parecer muito rude e quebrar o gelo, comecei sutilmente abrindo o zíper da calça. Sorte que ela quis fazer se parecer recatada e nem nas suas tetas me deixou meter as mãos. Acabei sentindo-me um pouco humilhado, confesso. Uma pelancuda, desdentada negando meu parceiro careca… porra, eu tava bem, hein? Sorte mesmo era ela ter um boxer. Minha salvação. Como são belos. Em casa me lavei com álcool e sal grosso durante a semana toda. E os cães passaram a ser os animais por quem tenho mais apreciação. Montei um canil no meu apartamento, com todos da mesma raça. Boxer.