terça-feira, dezembro 01, 2009

Ai

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E a dor... Hoje chegou a minha conta de telefone, mais de 3 mil pilas. É que ontem liguei pra todos os asilos do país. Passei dia e noite fazendo isso. Queria encontrar o Sr. Hilário, que é o senhor de quem falei no texto abaixo. Precisava rir um pouco. Fodi-me. Não o encontrei e agora estou com esta conta absurda pra pagar. Não sei o que vou fazer. Mudar de nome, endereço, ou me entregar a polícia. Este é um valor que gastaria em 5 anos usando o telefone todos os dias e gastei numa paulada só.

A esta altura imaginei que já tivessem jogado o velhinho num asilo beira de estrada. Ia contar que ele me fez rir aquele dia na ilha se escondendo dos seus netos no meio do mato na escuridão, com as velhinhas berrando seu nome. E dizer também que aquela cena hilária virou trecho de um texto. Bosta, por onde anda o velhinho? Aquela imagem já se esgotou na minha cabeça e não me faz rir mais. Certeza que Sr. Hilário tem piadas na manga.

Uma hora todo mundo é deixado. Pensar nisto da um medo danado. A solidão é um troço engraçado. Quando nos habituamos a ela, gostamos pra cacete e não queremos abrir mão desta condição de forma alguma. Mesmo assim passamos a vida toda com medo de no último suspiro não ter ninguém por perto nos vendo, ou pra gente ver pela última vez. Não quero dizer adeus olhando só pra paredes.

Eu compreendo perfeitamente a melancolia do Bob. Toda garota mal cuidada e maltratada, corre pra Buenos Aires à procura de algum amante. Não é só por isso que odeio argentinos. Os caras são uns folgados mesmo e ainda por cima querem comer as nossas mulheres. Que comam as deles. As tchecudas cabeludas. Se um dia você ler esse texto Bob e quiser ir pra lá enche-los de porrada, é só me deixar um comentário ai. Vou junto, nem que seja pra pedir carona na estrada.

Quando me enchem o saco, meto a porrada em todo mundo, mas sou um fracote, palavras me machucam mais do que os nocautes que já tomei e sei que as minhas tem forças também e se as desfiro feito metralhadora, acabo me acertando, o que é pior. Dai corro pra pequena casa da minha mãe no interior, só pra ver ela parada no portão chorando e acenando enquanto o carro ganha distância na despedida.

E a dor... Os anos nos ensinam a nos esquivar bem dela, mas uma hora o soco acerta em cheio, daí fodeu. Não tem remédio. Daí você percebe que é mortal mesmo e por mais casca grossa que seja, ainda existem infinidades de partes que não estão calejadas. Só resta, sentar e chorar, chorar e chorar... feito criança mimada esperando a mamadeira com o leite morno.

2 comentários:

camilo disse...

Aí Paulinho, bom demais. Dá inveja em escritor de best seller. Toda a nudez da palavra e todas as nuances do momento humano, fodido, sem dinheiro, sem vergonha e sem medo. Parabéns e anote o meu comentário, que não é puro elogio, qualquer dia algum figurão vai fazê-lo mais ou menos assim, se não fizer melhor. Você tem o dom.
Um abraço.

PANKADA disse...

porra Camilo, agradeço o comentário. me senti lisonjeado. abraço