terça-feira, março 15, 2011

POR VOCÊ ENCONTRARIA O PARAÍSO

pedro

 

[...] Cada frase, sorriso, gesto, era anotado no meu cérebro, eu que sempre sonhava com uma paixão como essa, estava gostando de cada coisa, daquela sensação de não saber o que fazer, aquela dor no coração, o sentimento de gostar de uma pessoa e não saber o que fazer, como chegar, dar o primeiro passo [...]

Pedro Pellegrino

Era primavera. Outubro de 2010. Ainda restava um pouco daquele vento ardido do inverno. Eu estava chegando em casa, pensando em garotas. Em aventuras vividas, amores passados, sei lá. Era outubro de 2010 de um dia qualquer, mas lembro que era por volta das 16h quando abri o portão do prédio e subi os degraus que tem logo na sua entrada. O porteiro me parou com um papel.

- Assina aqui.

Ele sempre faz isso. Me pára, mesmo quando percebe que to com pressa. Fico puto.

- Cobrança de novo? Não to afim. – Passei batido.

- Não é cobrança, é uma encomenda.

Parei onde estava e voltei.

- O que?

- Chegou um envelope aqui pra você.

- Tem certeza?

- Ta aqui ó. Pankada. Não é você?

- Sim sou eu.

- Então assina aqui, por favor.

Tomei-lhe a caneta e assinei rapidamente. Caralho, de quem será isso? Olhei o remetente e lá estava Pedro Pellegrino. Pedro Pellegrino?

Rasguei o pacote imediatamente e deixei o embrulho pro Zé porteiro jogá-lo no lixo.

- Valeu!

E subi correndo com o meu presente na mão. Foi então que lembrei que há duas semanas atrás ele havia me enviado um email pedindo meu endereço pra mandar o seu livro. O livro que ele acabara de lançar em parceria com a sua garota. Senti-me lisonjeado. Era a segunda vez no ano que amigos escritores ligavam-me querendo me presentear com seus livros. E receber um presente do Pedro é muita honra, pois é um sujeito que admiro bastante. É bem discreto, tem um blog legal pra cacete. Culto e a porra toda. E escreve de uma maneira muito peculiar. Muito honesto.

Guardei o livro num lugar bem visível, na pilha de livros. Tive que resistir a tentação, pois tinha muitos livros na frente ainda. Coisas de trabalho. O tempo passou e eis que chegou o dia. Deitei na cama, peguei o livro de capa azul e li aquelas 90 páginas numa paulada só. Foi só começar e não queria mais parar. Em vários momentos me pagava com lágrimas nos olhos e a garganta apertada.

O livro é simples, exatamente como o autor, que vez ou outra encontro no metrô indo pro novo trampo, muito feliz, mesmo não sendo exatamente o que quer pra vida. Mas o cara tem consciência de que tem que ralar. E rala na boa. É. Infelizmente não podemos viver disso ainda em nosso país. Não temos apoio suficiente.

E o livro pega porque é honesto, não tem julgamentos, ou seja, o cara não julga sua escrita, não julga seus leitores, ninguém, apenas escreve. Foi escrevendo o que tinha no coração sem se preocupar se era bom ou não. E é uma história bonita. História de amor. Sua garota é tão honesta quanto. Aberta, sem medo, pura, como ele a descreve. Eles expõem uma história tão particular de uma maneira muito sutil e corajosa.

Falar de amor, não é pra qualquer um, tem que ter peito. Eu mesmo não acredito muito, ou não acreditava? Caraio, e agora? Merda.

Pedro, aquele cara discreto, que ouve com atenção quando falamos com ele e que torce pra não ser notado, virou pra mim um sujeito muito valente, grande. Já o respeitava e o admirava muito, agora então... Gosto de quem não gosta de ser notado.

Não sei se encontra em livrarias, mas quem se interessar clica no blog dele ai do lado e deixa um recado lá. Valeu Pedrão. To esperando o próximo.

4 comentários:

Pedro Pellegrino disse...

Muito obrigado,brother! Voce me deixou emocionado. Vou colocar esse texto na segunda edicao do livro(se vc permitir...) abracao e obrigado mais uma vez!

PANKADA disse...

Mas já ta indo pra segunda edição? Sucesso hein meu velho. É isso ai!

Camilo Irineu Quartarollo disse...

O Pankada, O Seminário está a caminho pelo correio e não vá ficar bravo com o porteiro, que são nossos melhores leitores, além de matar todas as palavras cruzadas, rsrs. Eu quero ter um exemmplar do livro do Pedro Pellegrino, como faço? Passe o meu e-mail a ele ou vice-versa. Pankada inda mais com essa barba, essa cara de rebelde e lutador, quem vai saber que aí mora um sonhador incorrigível.
Abraço.
Camilo

Pedro Pellegrino disse...

Fala, Camilo,tudo bem? Meu email é travisbicke@hotmail.com , me passa seu endereço no email, logo mais quando sair a segunda edição, eu te mando. Abraço.